Fonte do Artigo: 100Grãos|
Já aqui partilhei algum tempo um artigo sobre a manteiga, mas a verdade é que existem várias vertentes sobre a mesma.!
A verdade é que os temas sobre "nutrição" são muito amplos e por isso hoje deixo um artigo muito interessante que é "Coma Manteiga"!
Após ver este artigo e como acho que devemos abrir espaço para novos conhecimentos, desde que estejam devidamente fundamentados, como é o caso, mudei a minha opinião sobre a manteiga!
Claro que poderá haver pessoas que não irão concordar, há quem concorde e quem não concorde, apesar de as evidências e estudos científicos pelo que vi serem muito concretos e por isso a minha visão ter mudado :)
É relativamente recente o escândalo norte-americano que põe a descoberto
o lobby entre a American Heart Association, financiada pela indústria da
margarina e óleos de sementes processados há mais de meio século. A influência
destas indústrias foi tão forte que chegou ao ponto de condicionar as decisões
do senado no que respeitou à economia a favor do consumo desses produtos e de
produtos agrícolas como o trigo e o milho.
De acordo com um artigo publicado na revista Time, diz Bryan Walsh: “Em
1977, um comitê do Senado liderado por George
McGovern publicou sua assinatura histórica “Objetivos dietéticos para os
Estados Unidos”, insistindo aos americanos para comer menos carne vermelha,
ovos e laticínios e substituí-los com mais calorias provenientes de frutas,
legumes e especialmente carboidratos.”
O desenvolvimento tecnológico da indústria de processamento de alimentos
funcionou como aliado nas diretivas instaladas e colaborou no aumento drástico
da taxa de obesidade norte-americana.
O mito do colesterol foi amplamente divulgado (e aproveitado) pela
industria farmacêutica que aproveitou para lucrar com pânico instalado.
Com a publicação das recentes descobertas com base em estudos realizados,
a verdade nutricional começa finalmente a ressurgir, com base na ciência clara
e objetiva e acima de tudo, no bom senso dos consumidores. Os mitos associados
à lipofobia alimentar, colesterol, carne e gorduras saturadas têm vindo a cair
uns atrás dos outros. Em 2014 saiu um artigo na revista Time que veio declarar
o fim da guerra ás gorduras com o título “Eat Butter”, traduzindo, "Coma Manteiga".
É já do conhecimento geral que o aumento no consumo de ómega 6 (gordura
polinsaturada) está diretamente relacionado com o aumento da mortalidade por
cancro e doenças cardíacas.
A gordura polinsaturada é mais instável quando submetida a variações de
temperatura. Para isso basta pensar em deixar uma barra de margarina fora do
frigorífico e ver como ela fica “rançosa” passado pouco tempo. Esta gordura
oxida mais, promovendo a libertação de radicais livres. São esses radicais
livres que danificam as células, promovendo a sua degradação precoce e
envelhecimento.
A margarina e os óleos vegetais processados (óleo de soja, girassol ou
canola) são muito ricos em ómega 6 e pró inflamatórios. Processados a
altíssimas temperaturas, as gorduras oxidam imediatamente. De referir também
que a gordura polinsaturada oxidada contribui para a oxidação do colesterol
LDL, instabilizando-o e promovendo a criação de plaquetas no sangue e,
consequentemente, a coagulação sanguínea.
A manteiga, por outro lado, é rica em vitaminas e minerais essenciais.
- Rica em vitaminas solúveis em gordura (A, E, K e D). , a manteiga é uma
fonte de vitamina A de alta absorção, necessária e essencial para o metabolismo
adequado da proteína; gera melhoria no funcionamento do sistema endócrino;
promove um sistema imunológico forte, uma melhor função da tiroide, visão,
metabolismo ósseo e saúde da pele. Ela é também um antioxidante poderoso e age
em sinergia com a vitamina D e a vitamina K2, para um melhor equilíbrio de
cálcio nos ossos, gerando uma maior densidade óssea.
- Rica em minerais, especialmente selênio, um antioxidante poderoso, a
manteiga tem mais selênio do que muitos alimentos.
Os estudos desenvolvidos
demonstram que em populações que alimentos industrializados foram
introduzidos, substituindo o consumo de alimentos como estes ricos em
vitaminas essenciais solúveis a gordura, os problemas de saúde se tornavam
aparentes e as crianças nasciam frequentemente com estruturas ósseas faciais
pobres.
A manteiga é ainda rica em ácidos gordas de cadeia
média e curta, mais rapidamente utilizados como fonte de energia em vez de
armazenados como gordura corporal.
O ácido butírico também está presente na manteiga, com
propriedades anticancerígenas, ajudando no controlo do peso e promovendo a
saúde da flora intestinal, agindo como anti-inflamatório.
Contém ácido gordo saturado, ácido láurico com
propriedades anti virais e antimicrobianas, rica em CLA (ácido linoleico
conjugado), garantindo uma elevada proteção contra o cancro. O CLA é ainda um
importante aliado para manter o nível de massa gorda corporal mais baixa.
Ao contrário da margarina, que é rica em gordura
polinsaturada ômega 6 oxidada, a manteiga possui quantidades muito baixas de
ômega 6, equilibrada com o efeito anti-inflamatório de quantidades praticamente
iguais de ômega 3.
- O consumo de gordura saturada (manteiga) é benéfico ao sistema
neurológico, regulando os níveis dos recetores de serotonina
(neurotransmissor responsável pelo controle do humor). Regula o stress,
energia e as hormonas sexuais (estrogênio, DHEA, testosterona).
- Ácidos gordos saturados constituem a maior parte das membranas
celulares, garantindo às células a rigidez e integridade necessárias,
tendo ainda um papel fundamental na saúde dos nossos ossos.
- É associado a menores níveis de doenças cardíacas e protege o fígado
do álcool e outras toxinas.
- Junto com o colesterol a gordura saturada fortalece o sistema imunológico.
- Possibilita uma melhor utilização de ácidos graxos de cadeia longa,
pois são melhores absorvidos nos tecidos quando a dieta é rica em gordura
saturada.
Portanto a gordura não é prejudicial!
Muito pelo contrário ela é o combustível
preferido pelo metabolismo para ser usado como fonte de energia e tem sido
assim durante a maior parte de nossa evolução como espécie quando havia grande disponibilidade de gordura para ser consumida ao
longo de milhares de anos e a baixa disponibilidade de carboidratos.